Luxo INsustentável
- Marília Carvalhinha
- 1 de ago. de 2018
- 1 min de leitura
Há alguns dias foi amplamente divulgada a notícia sobre a queima (literal) de R$141milhões de sobra de produtos da Burberry. O problema das sobras na moda é um velho conhecido e as tentativas de solução passam por descontos, remanejamento de estoque, outlets e descaracterização para venda por lotes e doações. A descaracterização é um processo trabalhoso, no qual são retirados os elementos que caracterizam a marca, como etiquetas e botões. No caso da Burberry, fico imaginando se isso seria possível (todo mundo conhece o famoso xadrez que está em forros e detalhes de quase todas as peças). E, se luxo é exclusividade, para uma marca que se posicione neste mercado é quase suicídio oferecer produtos a preços muito baixos ou doá-los. Por outro lado, queimá-los é no mínimo "bizarro" (como diz meu colega Amnon Armoni que comentou a reportagem da Isto é Dinheiro cujo link compartilho). O luxo é necessariamente INsustentável? Em tempo de profundos questionamentos de paradigmas na moda, a única coisa que se mantém sobre o conceito de luxo é o de raridade.... Ou seja, se o luxo tradicional pressupõe logos explícitos para vender volumes e, portanto, sobras inúteis... será que ele ainda é luxo só por ser caro?

(fonte da imagem: Isto É Dinheiro)
Comments